domingo, 16 de fevereiro de 2014

O que você faria se só lhe restasse esse dia?

O Osho é bem locão! Em "inteligência" ele propõe que não tenhamos medo de um mundo governado por computadores. Eles trabalhariam para os humanos e fariam grandes cenários de lazer, todo o trabalho doméstico(o que já é realidade em alguns lares) e nos dariam tempo. O que acho que ele não pensou, ou pensou em outro livro é que se você tiver mais tempo vai fazer o que com ele? Ficar no face trabalhando para o computador? Assistir novela ou tv em geral para ser incentivado ao consumo? Dormir? Bom, certamente teriamos mais tempo para nos dedicar ao que realmente viemos fazer aqui. Eu, por exemplo, talvez escrevesse mais, talvez pintasse mais, talvez fosse voluntário em um programa beneficente. Ou não, nunca poderei saber a menos que possa realmente deixar de me preocupar com o básico, embora eu acho que continuaria a viver no meio dos livros e ser bibliotecário é um bom modo de fazer isto, rsss. Bem vasto este assunto, mas acho que vale a pena ler o Osho e verificar sua abordagem. Não tome o que eu disse como base para criticar, veja que tirei isto de um contexto maior. Só queria que vc pensasse: Se grana não fosse o problema, o que você faria realmente? Sei que muitos dirão que exatamente agora estariam indo para a piscina, mas e quando sua pele ficasse enrugada de tanto ficar na água? qual seria o afazer que realmente lhe daria prazer? Se você for capaz de responder isto, largue tudo e faça já o que respondeu que faria. Dificil? Bom, fácil é o caminho que leva sempre ao mesmo lugar. Dificil é quando vem a encruzilhada e o caminho desconhecido, dai a coisa pega mesmo. Mas Osho insiste que se cada um fizesse aquilo que realmente tem prazer em fazer, o mundo seria 10 mil vezes melhor. O problema é que 99,9% de nós tem que fazer algo para ganhar dinheiro e o "resto" fica para quando sobrar tempo. (Sentei e escrevi....correções sempre serão muito bem vindas)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Eu de repente me vi ali, sentado naquele banco. Olho no nada, ouvindo minha propria voz cantando um mantra que ninava minha consciência para que ela dormisse, desaparecesse. Queria saber como era ser o vento. As árvores a frente balançavam ao vento. Os cachorros que eu tinha levado para passear andavam pelo campo de futebol, que agora era o campo onde eu via meus pensamentos feito bolhas. Eu gosto desta comparação. Não é assim que os pensamentos são? como bolhas que vem e de repente pluft, explodem e viram outro pensamento. Ví vários pensamentos indo e vindo, não disse nada. Não os mandei embora. A casa que quero comprar, os impostos que tenho para pagar, os cães que estavam rodando pelo campo. bolhas e mais bolhas... Fiquei ali, quieto, penetrando no todo. Meu olhar olhava mas não via. Escureceu porque o tempo na horizontal não para. Mas eu estava ali, na linha vertical. Olhando por um segundo a eternidade. Vendo tudo e nada ao mesmo tempo. Ouvindo os grilos, sentindo o vento bater no meu veículo terrestre, meu corpo.
O bambúzeiro atras de mim rangia e chorava um choro estranho. Eu comecei a receber uma energia diferente. Já não era tão difícil olhar sem ver. Fui recarregando minhas baterias, sentindo a força do universo inteiro ali, perfurando minha aura. Então fiquei pleno e só conseguia sentir o amor divino me cercando. Foi enchendo meu espirito com o perfume dos lírios que estavam atras de mim, no mato. E foi um momento incrível. Eu era parte do todo e o todo era eu ao mesmo tempo. Foi pouco tempo que isto durou, não mais do que o tempo em que você leu isto. Mas foi como deixar de existir por um momento, desaparecer e perceber que existe depois disto algo que rudimentarmente chamamos de consciência, por falta de uma palavra melhor. Talvez plenitude, talvez amplidão. Momento de deixar a ação e afogar meu espírito na contemplação.
A flor ali, eu observando a flor, a flor me observando, eu e a flor sumindo e sendo parte do mesmo todo. Plenitude apenas. São momentos indescritíveis que só a meditação pode trazer. Então achei meu centro, voltei a minha casa, me levantei e parti pra vida outra vez, agora recarregado e confiante.